Exposição 93 (20º aniversário do CGAC)
Centro Galego de Arte Contemporánea (CGAC)
Santiago de Compostela (Espanha)
> 23 de Março de 2014
Comissário: Miguel von Hafe Pérez
O CGAC celebra o seu vigésimo aniversário com a exposição 93. 1993 foi ano em que abriu, pela primeira vez, as suas portas ao público. Tendo sido um dos primeiros centros dedicados à arte contemporânea inaugurados pelo estado Espanhol. O edifício do museu foi projectado pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira, trata-se do seu primeiro projecto museográfico, antes de espaços emblemáticos como o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, ou o Museu Iberê Camargo em Porto Alegre, no Brasil.
A exposição conta com 166 obras de 101 artistas internacionais, entre os quais 18 galegos. A mostra ocupa todas as salas, dos três andares do edifício, e outros espaços do museu, como é o caso do filme ‘Blue’ de Derek Jarman (1), exibido no auditório do centro.
93 é uma exposição cujo âmbito cronológico define a sua matriz essencial. A mostra inclui pintura e escultura e outras linguagens como o vídeo, a fotografia, a instalação e o cinema. Apresenta, em conjunto, artistas que nessa época se encontravam em plena maturidade criativa e outros que começavam na altura a ganhar visibilidade pública. Artistas como Gary Hill, Thomas Hirschorn, Mona Hatoum ou Douglas Gordon em diálogo com presenças fundamentais da arte galega, como Francisco Leiro, Menchu Lamas, Manuel Vilariño ou Antón Lamazares.
A exposição dá, também, visibilidade a obras provenientes de colecções particulares e institucionais de Espanha, Portugal e França, como reflexo do panorama artístico que se viveu, em particular na Península Ibérica, num período marcado pela normalização política e chegada das respectivas democracias a Espanha e Portugal.
No início dos anos noventa, assiste-se a uma mudança dos paradigmas de produção cultural, através de um importante e contínuo processo de profissionalização. Além disso, é uma época em que os artistas vivem, depois da euforia dos anos oitenta, uma maior consciência crítica face a problemas económicos, políticos e sociais marcados, não só pela profunda crise dos mercados que ocorreu no final da década anterior, mas, também, pela emergência de preocupações associadas ao género e por uma postura mais ligada ao que se denominou de “estética relacional”, contra a autorreferencialidade privilegiada anteriormente. 93 é viagem a um momento preciso no tempo.
Clique nas imagens para ampliar:
Lista de artistas | exposição 93:
Ignasi Aballí, Pep Agut, Ana Laura Aláez, Nobuyoshi Araki, Txomin Badiola, Miroslaw Balka, Jorge Barbi, Xosé Carlos Barros, Ross Bleckner, Bleda & Rosa, Angela Bulloch, Gerardo Burmester, Pedro Cabrita Reis, Berta Cáccamo, Pedro Calapez, Nuria Canal, Vari Caramés, Fernando Casás, Rui Chafes, Victoria Civera, Jordi Colomer, José Pedro Croft, Mark Dion, Pepe Espaliú, Harun Farocki, Ângela Ferreira, Michel François, Joan Fontcuberta, Coco Fusco & Paula Heredia, Carlos Garaicoa, Dora García, Nan Goldin, Douglas Gordon, Antony Gormley, Renée Green, Andreas Gursky, Graham Gussin, Federico Guzmán, Peter Halley, Mona Hatoum, José Antonio Hernández-Diez, Gary Hill, Noritoshi Hirakawa, Thomas Hirschhorn, Roni Horn, Ánxel Huete, Pierre Huyghe, Cristina Iglesias, Pello Irazu, Derek Jarman, Menchu Lamas, Antón Lamazares, Langlands & Bell, Jonathan Lasker, Jac Leirner, Francisco Leiro, Leonilson, Rogelio López Cuenca, João Louro, Chris Marker, Din Matamoro, Chelo Matesanz, Manuel Moldes, Pedro Mora, Juan Luis Moraza, Juan Muñoz, Antonio Murado, Lucia Nogueira, Itziar Okariz, Julian Opie, Xurxo Oro Claro, Gabriel Orozco, Miguel Palma, Antón Patiño, Manolo Paz, Carlos Pazos, Pamen Pereira, Perejaume, Walid Raad & Jayce Salloum, Pipilotti Rist, Pedro G. Romero, Martha Rosler, Thomas Ruff, Francisco Ruiz de Infante, Edward Ruscha, Doris Salcedo, Julião Sarmento, Sean Scully, Susana Solano, Hiroshi Sugimoto, Sam Taylor-Wood, Francesc Torres, Javier Tudela, Juan Uslé, Eulàlia Valldosera, Isidoro Valcárcel Medina, Xesús Vázquez, Manuel Vilariño, Gillian Wearing, William Wegman, Rachel Whiteread.
A exposição apresenta obras de 36 colecções institucionais espanholas (MNCARS de Madrid; MACBA e a Fundació ”la Caixa”, ambas de Barcelona; IVAM de Valência; MUSAC de León; e CAAC de Sevilla, entre outras). De Portugal (Museu de Serralves do Porto e Fundação Berardo de Lisboa) e de França (Centre National des Arts Plastiques de Paris e FRAC).
+ info:
Centro Galego de Arte Contemporánea (CGAC)
(1) Blue (1993) é último filme realizado por Derek Jarman (1942-1994) que veio a falecer quatro meses depois do filme ter saído, vítima de complicações de saúde relacionadas com a Sida (tinha contraído o vírus HIV, no final da década de 1980). Durante a rodagem do filme, em consequência da sua doença, começou a perder a visão, gradualmente, até ao fim dos seus dias.
(C) imagens e texto: Cortesia de Centro Galego de Arte Contemporánea (CGAC)