Juliane Solmsdorf | Artista do Mês (Dezembro ’13)
Juliane Solmsdorf nasceu em Berlim, em 1977, cidade onde vive e trabalha.
‘Intimacy’ – inaugurada no passado dia 29 de Novembro – é a sua primeira exposição individual na galeria Belo-Galsterer, em Lisboa, depois de ter apresentado uma instalação-projecto num dos espaços da galeria, em Abril de 2013. Nesta exposição, a artista apresenta uma intervenção site-specific em todo o espaço da galeria.
Juliane Solmsdorf estudou na Universität der Künste, em Berlim, e no Chelsea College of Arts, em Londres. Realizou ainda uma residência artística na La Cité des Arts, em Paris. Desenvolve o seu trabalho através de diferentes media, como a escultura, instalação e performance.
A combinação de materiais muito diferentes e contrastantes é uma das características do seu trabalho. As suas esculturas são gestos, tensões eróticas geradas por emoções como a violência ou a gentileza. Cria objectos com um carácter actual que nos falam sobre a existência humana e onde o corpo humano tem uma forte presença.
Em algumas das suas obras, a artista reconstrói situações previamente observadas que ela apelida de “remarked sculptures”. Na maior parte dos casos, esses trabalhos são recriações de situações apropriadas e, excepcionalmente, inclui o material original.
Das exposições que realizou, destacam-se: (2012) Skultpurengarten, Viena, How To Make – Ideen, Notationen, Materialisierungen, Kunsthaus Dresden; (2011): 4D Eingeborene, 4D, Tower Center Alexanderplatz, Berlin (individual), Based in Berlin, KW Kunstwerke Berlin; (2010): L’Objoie, Splace, Fernsehturm Berlin; (2009): modern modern, Chelsea Art Museum, Nova Iorque, Expo Valerie, Xangai; (2008): Vertrautes Terrain. Aktuelle Kunst in und über Deutschland, ZKM, Karlsruhe, Neuer Lustgarten, Center, Berlin (individual); Evas Arche und der Feminist nº 2, Gavin Brown’s Enterprise @ Passerby, Nova Iorque (individual).
A exposição ‘Intimacy’ está patente até ao próximo dia 11 de Janeiro de 2014 na Galeria Belo-Galsterer (Lisboa).
Juliane Solmsdorf (uma breve entrevista)
As emoções parecem ter uma importância crucial na sua obra. Têm, também, um papel importante na condição humana, são uma força que nos impele à acção. De que forma se relacionam com as suas esculturas?
Sinto sempre aquilo que faço. Por isso, quando trabalho os meus objectos, construo uma relação profunda com eles. Adoro-os!
Os materiais que escolhe e a maneira como os combina adquirem uma característica sua, enquanto artista. Quer comentar?
Quero surpreender-me à medida que vou trabalhando os meus objectos. Preciso de me sentir ligada a eles e, simultaneamente, ficar surpreendida com as escolhas que fiz.
O tema principal da sua obra é o erotismo do corpo ausente. Através de formas figurativas e, também, abstractas, a intimidade surge de uma forma invisível. Interpreto isto como uma performance do pensamento. Concorda?
Pretendo visualizar o erotismo. É uma das emoções mais fantásticas e delicadas que se pode ter e eu quero viver isso na relação com os meus objectos.
O erotismo é também uma linguagem cultural, que depende do tempo e do sítio onde se vive. Nesta perspectiva, podemos considerar a sua intervenção – como artista – uma visão antropológica sobre a nossa sociedade?
Sim, se quisermos. Mas também podemos apenas sentir o que vemos e descontrair os olhos.
“Intimacy” (Intimidade) é a sua primeira exposição individual, em Lisboa, na Galeria Belo-Galsterer. Pode falar-nos sobre o processo de trabalho envolvido e a apresentação de “Remarked Sculptures” (Esculturas Observadas)?
Para algumas das minhas instalações muitas vezes reconstruo situações previamente descobertas ou encontradas. Chamo-lhes “Remarked Sculptures” (Esculturas Observadas). Normalmente, as minhas obras são reconstruções dessas “Esculturas Observadas“ e muito, raramente, incluo os materiais originais.
Intimidade é uma palavra forte e difícil. Como é que a define por palavras suas?
Eu preciso de intimidade, gosto dela e adoro-a! Julgo que exige muito de nós. É algo que nos surpreende sempre.
Juliane Solmsdorf, (1977) was born in Berlin, Germany. Lives and works in Berlin.
Interview:
Emotions seem to have a crucial importance in your work. They also have an important role in human condition; they are a force that drives us to action. Can you explain the way they relate to your sculptures?
I always feel what I do. So, when I work on my objects, I build a deep emotional relation to them. I love them!
The material choices you make and the way you combine them acquire an important characteristic about you as an artist. How does that works?
I want to surprise myself each time I develop my objects. Then I need to feel connected to them in my show and be astonished about the choices I made at the same time.
The main theme of your work is the eroticism of the absent body. Through figurative and also abstract forms you show intimacy in an invisible way. It seems to me like a performance of the mind. Do you agree? Would you like to comment?
I want to visualize eroticism. It´s one of the most fantastic and delicate emotions you can have and I always also want to live that in my objects.
Eroticism is also a cultural language, which depends on the time and place you live in. In this perspective, can we consider your intervention – as an artist – an anthropological view on our society?
Yes, if you like. But you can just feel what you see and relax your eyes.
‘Intimacy’ is your first solo exhibition in Lisbon at Belo-Galsterer Gallery. Can you talk about the work process and the presentation of ‘Remarked Sculptures’?
For some of my installations I frequently reconstruct found situations, I call these ‘Remarked Sculptures’. Usually my works are reconstructions of the ‘Remarked Sculptures’, on rare occasions original material is included.
Intimacy is a strong and difficult word. How do you define it in your own words?
I need intimacy, I like and love it! I think it asks a lot from you and it will surprise you in anyway.
+ info:
Galeria Belo-Galsterer (Lisboa)
(C) imagens: cortesia Galeria Belo-Galsterer, Lisboa.