Art Brussels @ Quadrado Azul (Porto)

Paulo Nozolino, Napoli, 2013. Díptico. Prova em brometo de prata sobre alumínio. 80 x 245 cm. Edição de 3. Cortesia de Galeria Quadrado Azul, 2013.
31.05 > 31.07.2013
@ Galeria Quadrado Azul (Porto)
A Galeria Quadrado Azul inaugura hoje, no Porto, às 22 horas, uma exposição composta por trabalhos de artistas que participaram na última edição da feira internacional de arte contemporânea Art Brussels, que decorreu em Abril de 2013. A mostra dá a conhecer obras recentes de: Rigo 23, Rossella Biscotti & Kevin van Braak, Kevin van Braak, Hugo Canoilas, Heinz Peter Knes, Paulo Nozolino, Mika Tajima, Francisco Tropa e Willem Weismann.
De Rigo 23 (Portugal, 1966) pode ser visto “Chiapas”, tela artesanal bordada em Chiapas e resultante da colaboração com as comunidades Zapatistas do sul do México que lutam pela autonomia e pela defesa dos direitos dos povos indígenas. Este trabalho revela uma das linhas de força da prática do artista: o activismo pela defesa dos direitos humanos e pelo direito à diferença das comunidades minoritárias.
A par dos seus percursos individuais, Rossella Biscotti (Itália, 1978) e Kevin van Braak (Holanda, 1975) mantêm preocupações comuns em torno das noções de história, de memória e dos seus processos de distorção ou apagamento. Apresentados em suportes como a instalação, a fotografia, a escultura ou o vídeo, as suas obras têm sempre como ponto de partida acontecimentos de carácter político e social.
Kevin van Braak (Holanda, 1975) apresenta uma série de fotografias que documentam um projecto iniciado com a exposição “knell dobre glas”, que teve lugar na Galeria Quadrado Azul, em 2012. No âmbito desta mostra, o artista produziu, em colaboração com José Esteves, um oleiro da região de Barcelos, dezasseis cabeças em barro, que representavam figuras intimamente ligadas à administração económica, política e militar do planeta: Paul Bulcke, Peter Vos, Philippe Mellier, Fernando Aguirre, Robert Stevens, Silvio Berlusconi, Hugh Grant, Iloyd Blankfein, Jamie Dimon, Alberto João Jardim, Alexei Miller, Andrew Liveris, David Lesar, George Friedman, John S. Watson e Richard Adkerson.
Uma série de pinturas recentes de Hugo Canoilas (Portugal, 1977) estão em exposição. O artista, que participou na última edição da Bienal de São Paulo e que tem realizado inúmeras exposições internacionalmente, desenvolve uma obra em permanente mutação, utilizando um vasto leque de linguagens e suportes, que se manifesta de forma heterogénea. Canoilas pretende renovar o olhar sobre o já dito e o já feito na arte.
“New Mexico” (2009) e “S/he (Genesis P-Orridge, Lady Jay)” (2006) são as propostas de Heinz Peter Knes (Alemanha, 1969). Knes faz fotografia e, desde 1999, tem trabalhado como fotógrafo em diferentes campos, produzindo trabalho para um grande número de revistas, de marcas discográficas, e para a marca de moda Bless. O seu nome ganhou um maior reconhecimento quando uma das suas fotografias foi publicada na capa da revista Butt, em 2003. Partindo de um universo associado à juventude e à identidade sexual, Knes lança ao mesmo tempo um olhar crítico sobre a cultura contemporânea e o predomínio da imagem, incluindo o seu uso quer pelos indivíduos quer pela sociedade.
De Paulo Nozolino (Portugal, 1955) pode ser conhecido o novo trabalho “Napoli” (2013). Nozolino é uma das figuras centrais da fotografia contemporânea. Encara a fotografia como a vida, usando-a tanto para compreender o mundo como a si próprio e levando-a até aos limites das suas interrogações, das suas respostas e das suas vivências.
Mika Tajima (Estados Unidos, 1975), artista que concebeu a infraestrutura interactiva do evento “Book Machine” que decorreu em Fevereiro no Centre Pompidou, em Paris, apresenta trabalhos da sua mais recente exposição individual na Quadrado Azul. “Total Body Conditioning” continuou a interrogação da artista sobre o sujeito performativo maximizado no ambiente construído, onde os objectos materiais e os imperativos de produção moldam a acção.
Os trabalhos de Francisco Tropa (Portugal, 1968) revelam alguns dos diversos meios utilizados pelo artista, como a escultura, o desenho, a performance, a fotografia ou o filme, para convocar uma série de reflexões introduzidas por diferentes tradições da escultura. Temas como o corpo, a morte, a natureza, a paisagem, a memória, a origem ou o tempo, estão sempre presentes nas suas criações, num processo interminável de remissão a ideias da história da arte, a outras obras de arte, a trabalhos anteriores do próprio artista, e a autores específicos.
É de um mundo contemporâneo caracterizado pelo excesso e pelo desperdício que Willem Weismann (Holanda, 1977) extrai a matéria para o seu trabalho em pintura. Ambientes, casas, personagens, acontecimentos, objectos, são elementos que surgem na tela, combinados de forma fragmentada e cobertos por cores fortes. Weismann utiliza a superfície da tela para todas as acções relacionadas com a tinta e o pincel, usando-a como paleta e como local onde os pincéis são limpos. A inclusão de todas as operações relacionadas com o pincel sobre a tela forma um completo resíduo histórico e um ruído reverberante de restos que caíram no esquecimento.