BES Revelação 2012
30 nov. 2012 | 31 mar. 2013
@ Casa de Serralves
Joana Escoval (Lisboa, 1982) pretende desenvolver um projecto que parte da observação de um aquário de Lisboa, o hoje considerado obsoleto Vasco da Gama (uma espécie de versão “museificada” de aquários e espaços científicos), mais especificamente de dois cavalos-marinhos aí residentes. Segundo a artista, “propõe-se a reflexão sobre um conjunto de situações que ocorrem dentro daquele pequeno espaço subaquático, numa perspectiva essencialmente espacial e pictórica para a construção de composições vídeo – seguindo os ritmos de cor/luz, movimento e textura vividos naquele cenário. Sem procurar uma narrativa ou qualquer ideia de acção documental desta “amostra” de universo marinho, este projecto utilizará o meio audiovisual para expandir e transformar o espaço daquele aquário.”
Mariana Caló (Viana do Castelo, 1984) e Francisco Queimadela (Coimbra, 1985) apresentou a concurso o projecto de uma instalação vídeo intitulada “Observatório do Desconhecido”. Em três ecrãs veremos desfilar, nas palavras dos artistas, “imagética relacionada com a noção de descoberta e revelação do desconhecido, desenvolvida no panorama cultural português ao longo dos tempos; [no fundo] parte de uma pesquisa sobre o papel da relação com o desconhecido no processo de edificação da identidade cultural e memória colectiva. [Os artistas seleccionarão] elementos do património cultural e natural português que traduzam, no presente, diferentes influências da relação com a ideia de descoberta ao longo da História. Seguindo um percurso por diferentes locais e edifícios históricos (e. g. Museus, monumentos, bibliotecas, jardins botânicos, palácios, conventos, igrejas, entre outros) [irão] proceder à selecção e documentação de manifestações e representações do desconhecido, desenvolvendo, a partir do conjunto de imagens resultante, novas formulações e recriações da noção de ‘imaginário estrangeiro’, de fascínio, curiosidade e espanto pela revelação do obscuro.”
Tiago Casanova (Funchal, Ilha da Madeira, 1988) apresenta um projecto, traduzido em fotografia analógica e em filme, que “pretende questionar o significado de Memória através do cariz documental da fotografia, explorando conceitos como perdidos e achados, recuperação, restauração, conservação e destruição de arquivos pessoais e de memórias.” O seu projecto divide-se em três momentos expositivos: a projecção e destruição ao vivo de um conjunto de oito películas compradas pelo artista num mercado de artigos em segunda-mão, e que testemunham as férias de Verão de uma família na cidade marítima de Javea (Alicante, Espanha) em 1977; a exposição dos arquivos danificados do próprio artista e que correspondem a fotografia de película em que a entrada de luz ou a sobreexposição ditaram a sua não impressão e correspondente relação com uma “memória perdida”; a apresentação, sob a forma de álbum, das fotografias captadas pelo artista nas suas próximas férias de Verão. E frisa Tiago Casanova: “não alterando de modo nenhum os planos que já tinha de antemão.”