Julião Sarmento | Noites Brancas (Serralves)

Julião Sarmento, exposição ‘Noites Brancas’ no Museu de Serralves. Cortesia do Museu de Serralves, 2012.
O Museu de Arte Contemporânea de Serralves inaugurou, no dia 23 de Novembro, a mais completa exposição retrospectiva de Julião Sarmento (Lisboa, 1948) até agora realizada, comissariada por James Lingwood e João Fernandes. Nas últimas quatro décadas, a obra de Julião Sarmento tem conseguido uma ampla circulação internacional, fazendo do seu autor um dos mais reconhecidos artistas contemporâneos portugueses. Na última década, entre as numerosas exposições individuais realizadas por Julião Sarmento, destacam-se aquelas que foram realizadas na Tate Modern, Londres, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo (Brasil), na Fundación Marcelino Botín, Santander, Espanha, no Van Abbbemuseum, Eindhoven (Holanda), e no MNCARS, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid, Espanha. A exposição estará patente até ao próximo dia 3 de Março de 2013.
Julião Sarmento é um dos artistas mais significativos da sua geração. Ao longo da sua carreira, tem utilizado uma variedade de suportes: pintura, desenho, escultura, fotografia, filme, vídeo e instalação. A sua obra foi mostrada em inúmeras exposições individuais e colectivas por todo o mundo ao longo das últimas quatro décadas.
A obra de Sarmento explora temas como o erotismo e a sexualidade, questionando conceitos como o desejo, a ausência, o tempo e a linguagem, através de diferentes técnicas como a pintura, o desenho, a escultura, a instalação, o cinema, a fotografia e a performance. Na inauguração, o artista apresentou um conjunto de performances especificamente concebidas para esta ocasião, as quais foram interpretadas na Casa de Serralves por conhecidas figuras da moda, da dança e de outras artes performativas. A exposição é acompanhada por uma relevante publicação monográfica sobre a obra de Julião Sarmento, co-editada com a prestigiada editora alemã Hatje Cantz.
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Julião Sarmento, A Human Form In A Deathly Mould, 1999. Resin, fibreglass, fabric, rope, 146,5 x 44 x 34 cm (variable dimensions).Cortesia do Museu de Serralves, 2012.
‘Noites Brancas’ examina quatro décadas da obra de Julião Sarmento, do início dos anos 70 (1970) até à actualidade. Há uma impressionante coerência temática e conceptual no extenso corpo de trabalho realizado por meio de técnicas tão diferentes como pintura, desenho, escultura, instalação, cinema, fotografia e performance. Representações da casa, referências a plantas arquitectónicas e detalhes de espaços domésticos são recorrentes em toda a exposição. Grande parte dos quadros, dos desenhos, das fotografias e dos filmes de Sarmento descreve ou sugere um espaço interior, um mundo contido dentro de portas, mostrando com frequência a imagem teatralizada de um corpo de uma mulher. A casa – e o corpo – são tanto abrigo como palco.
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A obra de Julião Sarmento evidencia uma encenação e representação visual obsessivas do desejo e das suas circunstâncias. Construindo e ocultando simultaneamente cenas de intimidade, o artista explora uma ampla variedade de referências da literatura, filosofia, arquitectura, música e do cinema: narrativas culturais às quais confere uma perspectiva particular. Sarmento sempre trabalhou com as possibilidades oferecidas pela arte do seu tempo. A legitimidade do seu trabalho deriva também dessa intersecção constante de filmes, textos e imagens. A sua obra assume a natureza fragmentária de um mundo onde a cultura popular coexiste com outras tradições intelectuais. Todos temos interesses e obsessões diferentes ao mesmo tempo. Por vezes aparentemente contraditórias, elas, não obstante, sugerem o modo como a identidade é construída através dos mecanismos complexos da mente consciente e inconsciente.

Julião Sarmento, A Subjective Dialetic of Prohibition, 2004, Resin, fibreglass, fabric, wood, linolium, 206 x 40 x 65 cm. Cortesia do Museu de Serralves, 2012.
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On November 23, the Serralves Museum of Contemporary Art opened the world’s largest-ever retrospective exhibition of the work of Julião Sarmento (Lisbon, 1948). Over the last four decades, Julião Sarmento’s work has achieved widespread international circulation, making him one of Portugal’s best-known contemporary artists. His numerous exhibitions over the past decade have been shown in institutions such as the Tate Modern, London (UK), the Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo (Brazil), the Fundación Marcelino Botin, Santander (Spain), the Van Abbbemuseum, Eindhoven (Netherlands), and the MNCARS, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid (Spain). Sarmento’s work explores themes of eroticism and sexuality, and questions concepts such as desire, absence, time and language, using different techniques – such as painting, drawing, sculpture, installation, film, photography and performance. In the inaugural session of this new exhibition, the artist will present a series of performances that have been specifically designed for this occasion, which will be performed in Serralves Villa by leading figures from the worlds of fashion, dance and other performing arts.The exhibition will be accompanied by a major monographic publication on the work of Julião Sarmento, co-published with the prestigious German publisher, Hatje Cantz.Curator: James Lingwood, João Fernandes

Julião Sarmento, still do vídeo R.O.C. (40 plus one), 2011 single channel HD video, PAL (1080p), 16:9, color/sound 17 min. 19 sec., dimensions variable edition of 6. Cortesia do artista e do Museu de Serralves.
(C) imagens da montagem da exposição ‘Noites Brancas’, cortesia do Museu de Serralves. (C)
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