A Iminência das Poéticas (30ª Bienal de S. Paulo)
até 9 de dezembro, 2012 (S. Paulo, Brasil)
Inaugurada, em 1951, a Bienal de S. Paulo surge como projecto pioneiro de investigação artística, tendo em conta a perspectiva da arte contemporânea brasileira no contexto internacional. A seguir à Bienal de Veneza, na qual se inspirou, é a segunda bienal mais antiga do mundo.
‘um mundo de iminências, de acontecimentos por vir’
Um diálogo permanente com a comunidade, onde a partilha e a proximidade definem a mensagem, é um dos desafios desta bienal que assume um compromisso com a formação de públicos e que se afirma como plataforma de encontro entre várias disciplinas, artistas, curadores, e públicos. Esta 30ª edição intitula-se A iminência das poéticas. Não se trata, propriamente, de um tema mas sim de um motivo – um pretexto para levantar várias questões, como explicam os curadores:
” (…) A diferença entre “tema” e “motivo” é importante: o “tema” é um conteúdo e uma tese; o “motivo” é um pretexto, um aglutinador, o ponto de partida para uma série de perguntas, para o estabelecimento de uma estratégia discursiva. Não pretendemos que os artistas convidados para a 30ª Bienal “ilustrem” ou “representem” nosso motivo. Apenas queremos que suas obras entrem em ressonância com a constelação de perguntas que podem ser deduzidas desse motivo: como a arte contemporânea, e o que resta entre nós do legado da modernidade, “funcionam” em um mundo de iminências, de acontecimentos por vir, marcado cada vez mais pela imprevisibilidade, pela dificuldade de ser pensado; como acontece em sua iminência a arte; e como é, ou responde, em última instância, a prática artística a uma série de decisões poéticas, expressivas, discursivas, enunciativas, vocais. (…)”
Arquipélago e Constelação são dois dos conceitos fundamentais, desta bienal: muitas das obras são organizadas em forma de micro-exposições, os artistas convidados mostram uma selecção alargada do seu trabalho, reunindo, assim, várias constelações de uma imensa abóbada celeste. Sobrevivências, Alterformas, Derivas, Vozes são sub-temas que os curadores utilizaram como pontos de partida para a sua investigação. Os artistas convidados pertencem a diferentes gerações e linguagens artísticas e foram escolhidos porque são artistas: ‘representam, calam, falam a partir do mesmo eco escuro de onde ressoam as dúvidas e as vagas certezas da existência: a densidade arquipelágica da vida: seu lugar e seu não-lugar: seu entre-dois.’
A iminência das poéticas assume, também, a vertente de projecto de investigação que observa a poesia visual enquanto linguagem do presente e arquivo do futuro, no qual irão prevalecer os vínculos e conexões estabelecidas, entre as obras de arte e os artistas. A 30ª Bienal aspira, portanto, a uma discussão permanente sobre a iminência – o que está para vir – não pretende dar respostas definitivas porque o seu papel não é o de fazer história, mas de contribuir para a construção do presente, a partir da compreensão e do diálogo.
” (…) Não nos interessa a novidade em si mesma. Interessa-nos oferecer um olhar sobre os “processos” artísticos, conscientes de viver um tempo crítico no qual ainda nossos dois séculos – o XX e o XXI – mutuamente se colapsam. (…)”
Curador: Luis Pérez-Oramas
Equipa de Curadores: Tobi Maier, André Severo e Isabella Villanueva
artistas dos seguintes países: Alemanha, Angola, Argélia, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, China, Chipre, Colômbia, Costa do Marfim, Espanha, EUA, França, Grécia, Holanda, Inglaterra, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, México, Perú, Portugal, República Checa, Suécia, Turquia, Uruguai, Venezuela. (ver aqui todos os artistas participantes)
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(C) imagens: Bienal de S. Paulo, 2012.