Gerard Byrne | Imagens ou Sombras

Gerard Byrne, da exposição Imagens ou Sombras no CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, imagem cortesia do CAM-FCG.
até 6 de janeiro de 2013
CAM – Fundação Calouste Gulbenkian
Um evento comemorativo dos 10 anos do Festival Temps d’Images
Imagens ou Sombras
Imagens ou Sombras, título da exposição e do catálogo que a acompanha, é mais do que uma evocação da caverna platónica – em que o que nós humanos veríamos seria somente as sombras do mundo verdadeiro –, é sobretudo uma síntese do que interessa a Byrne, a realidade e a ficção, a verdade e a fantasia, não como categorias opostas mas porosas, que se contaminam e instabilizam, tal como uma escultura minimalista exige um uso e manuseamento simultaneamente delicado e complexo.
A exposição de Gerard Byrne teve o seu início no Outono de 2011 no Irish Museum of Modern Art (IMMA) em Dublin na Irlanda, cidade natal do artista e termina na Whitechapel Gallery, em Londres. A mostra assume diferentes configurações, em cada um dos espaço. Esta é a primeira vez que este artista é apresentado em Portugal. Curadoria Enrique Juncosa, curadoria associada: Isabel Carlos.

Gerard Byrne, da exposição Imagens ou Sombras no CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, imagem cortesia do CAM-FCG.
Ao contrário da atitude passiva que a televisão em geral induz no espectador, as obras de Byrne implicam com o espectador, quer sejam porque provocam uma certa agitação psicológica que advém das dúvidas que instauram, quer seja física, a obrigação de saltar de televisor para televisor (1984 and beyond) ou de percorrer vários ecrãs (A thing is a hole in a thing it is not, 2010). Ou seja, apesar de serem vídeos, estas obras exigem ao visitante a mesma performance que uma exposição de pintura ou de escultura: têm que ser percorridas, não são para se sentar, parados a ver, como a televisão e o cinema. Na única obra que o podemos fazer – Homme à Femmes (Michel Debrane) – tem duas saídas de som, uma por trás da imagem projetada (a voz de «Sartre»), outra nas nossas costas (a voz da «jornalista»), ou seja, o nosso corpo está entre os dois, estamos implicados, somos a rede neste jogo de ténis entre duas vozes. O que é tanto mais interessante quanto a obra é um homem a falar sobre mulheres, dito de outro modo, a masculinidade manifesta-se através do discurso sobre o feminino.

Gerard Byrne, da exposição Imagens ou Sombras no CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, imagem cortesia do CAM-FCG.
Gerard Byrne é um artista visual que trabalha com vídeo, fotografia e live art. Em 2007, representou a Irlanda na Bienal de Veneza. Participou em várias bienais: Bienais de Gwangju e Sydney em 2008, Lyon, em 2007, a Trienal Tate em 2006, e a Bienal de Istambul, em 2003. Exposições individuais: ICA Boston e no Statens Museum for Kunst, Copenhaga (ambos em 2008), Kunstverein Dusseldorf, Charles H. Scott Gallery, Vancouver (2007), no Frankfurter Kunstverein (2003) e na Douglas Hyde Gallery, Dublin (2002). Em 2006, recebeu o prémio Hamlyn Paulo. É representado em Londres pela Lisson Gallery, em Dublin pela Green on Red Gallery e em Estocolmo pela Galerie Nordenhake.