José M. Rodrigues: Flow

08/05/2014

> 31 de Maio, 2014

Flow é um ensaio sobre a memória numa linha de fotografias inéditas, de vários formatos, tiradas nos últimos dois anos, numa apresentação concebida para o espaço d’APequena Galeria. Uma instalação que põe em causa a experiência, a espontaneidade, a fotografia e as suas consequências.

José M. Rodrigues

Depois da importante mostra antológica que José M. Rodrigues levou ao Centro de Artes de Sines no último Verão, preenchida por trabalhos de grande formato, sequências de imagens e objectos experimentais, numa montagem que renovou o conhecimento da sua extensa obra, o fotógrafo concebeu uma mostra-instalação especificamente para o espaço d’A Pequena Galeria, com algumas dezenas de trabalhos inéditos. Pequenos formatos, evidentemente.

Com a intencional diversidade das imagens, dos temas e motivos, dos lugares, dos géneros e também dos processos técnicos que comparecem nesta nova instalação, o artista quis interrogar o papel que têm no seu trabalho tanto os condicionamentos da memória como a espontaneidade e a descoberta. Com o título que escolheu, FLOW (Fluxo), José M. Rodrigues dá a ver as direcções da sua obra fotográfica e o seu processo de criação como uma continuidade vital, como um estado de imersão total da consciência em que o trabalho criativo e a vida coexistem, em que o fluxo das imagens produzidas permanentemente se acumula, sedimenta e renova.

Retrato e paisagem, observação e encenação-construção, elementos da natureza e erotismo, o acaso, a morte, a matéria das coisas, a luz e o tempo, tudo coexiste como realidade exterior e interior no olhar do fotógrafo.

A ideia de fluxo (“Flow”) remete para a reflexão teórica do psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi: ”O conceito proposto por Csikszentmihalyi descreve esse extraordinário estado de consciência em que nos sentimos total e profundamente imersos na vida ou no trabalho criativo, esquecendo a passagem do tempo e até necessidades físicas como a fome e a sede.