João Onofre | Ghost
27 Set 2012 – 07 Nov 2012
Cristina Guerra – Contemporary Art

João Onofre, Ghost (2009-2012), © João Onofre. Imagem cortesia de Cristina Guerra-contemporary art, 2012.
Ghost (2009-12) de João Onofre, é um filme que documenta a viagem, silenciosa, de uma ilha com uma palmeira tropical (Howea Forsteriana) com cerca de 11 metros de altura. A ilha, especialmente construída para o filme, atravessa, de Oriente a Ocidente e ao longo do rio Tejo, a cidade de Lisboa até à foz, para se perder no horizonte.
‘Ao filmar na coexistência do documental e da ficção, e confrontando estes limites, Onofre acciona em GHOST, através da imponderabilidade do acontecimento, um sentido do paradoxal. A ilha, realidade construída, corporaliza o lugar no qual o nosso imaginário colectivo projecta uma existência diferente ou idílica. Porém, a característica de se encontrar fora do contexto, de não pertencer, ideia que, inclusive, se reforça com a Howea Forsteriana, já que a mesma dificilmente é encontrada no hemisfério norte, confere à ilha uma inevitável dimensão espectral.
A ilha, em passagem permanente, nómada, proporciona uma miragem aos que observam o acontecimento, acentuando a dicotomia “real/irreal”. Neste contexto será porventura útil convocar a história do cinema que, de Georges Méliès a David Lynch, assenta na espectralidade e no inesperado, transportando-nos para a frágil fronteira existente entre a realidade e o sobrenatural.
Esta exposição apresenta também um conjunto de 36 fotografias, impressas a jacto de tinta sobre papel Luster, documentando a passagem da ilha por Lisboa no dia da rodagem. As fotografias deixam revelar os diferentes cambiantes de luz da paisagem do rio Tejo, registando temporalmente o acontecimento e reafirmando o seu carácter espectral.’ – Ana Mary Bilbao / Carla de Utra Mendes

João Onofre, Ghost (2009-2012), © João Onofre. Imagem cortesia de Cristina Guerra-contemporary art, 2012.
João Onofre nasceu em Lisboa, em1976, onde vive e trabalha. Estudou na Faculdade de Belas Artes de Lisboa e posteriormente concluiu o MFA no Goldsmiths College, em Londres. Expôs, individual e colectivamente, em inúmeros museus e galerias nacionais e internacionais, encontrando-se, o seu trabalho, representado em colecções públicas e privadas de todo o mundo, tais como: Museum of Contemporary Art (Chicago); Albright-Knox Gallery (Buffalo, Nova Iorque); Centre Georges Pompidou – MNAM/CCI (Paris); The Weltkunst Foundation (Zurique); La Caixa (Barcelona); MACS – Museu de Serralves (Porto); CAM – Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa); MNAC – Museu do Chiado (Lisboa); GAM – Galeria D’Arte Moderna e Contenporanea (Turim).
Futuras exposições individuais: Teatro Thalia, Outubro de 2012; Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, Temps d’Images, Novembro de 2012.
Futuras exposições colectivas: Moral Holiday, Northern Gallery for Contemporary Art (Sunderland), Outubro de 2012; Watch that Sound, Netwerk/Centrum voor hedendaagse kunst (Aalst), Dezembro de 2012; This is not an art show, Centro de Arte Contemporáneo de Barcelona, Setembro de 2012; Postscript: Writing After Conceptual Art, Museum of Contemporary Art (Denver). Esta última exposição será acompanhada de uma publicação da University of Chicago Press e terá itinerância, em Junho de 2013, na Power Plant Contemporary Art Gallery (Toronto).
Ler aqui crítica do jornal Público/ Ípsilon.

João Onofre, Ghost (2009-2012), © João Onofre. Imagem cortesia de Cristina Guerra-contemporary art, 2012.