Flatland (Redux)

Angela de La Cruz, Compressed (Blue), 2011, oleo e acrilico s/ aluminio, 123 x 70 x 60 cm. Cortesia Lisson Gallery.
Palácio Vila Flor
com
João Queiroz, Ángela de La Cruz,
Michael Biberstein e Michael Borremans
até 16.09.2012
A exposição inclui obras de João Queiroz, Angela de La Cruz, Michael Biberstein e Michael Borremans, artistas que têm desenvolvido projetos em pintura em direções muito diversas, reativando a memória e a história da pintura em sentidos particularmente atuantes – investindo numa fenomenologia do processo pictórico, reativando procedimentos de género, reestruturando tipologias e alargando os campos de sentido da imagem. A pintura é uma tipologia artística com especificidades claras.

João Queiroz, S/ Título, 2005, Pintura, Óleo sobre Tela, 06P1384. Cortesia Fundação Calouste Gulbenkian.
A morte anunciada da pintura e o seu renascimento tornaram-se uma recursividade da arte do século XX, como se no hara-kiri pictórico se incensasse a história, a tradição, a objetualidade, a manufatura, enfim, todas as características da grande arte burguesa em que a pintura se tinha transformado. Literalmente, nessa pira se foi investindo a culpa pictórica — derradeiramente materializada por John Baldessari no momento em que queimou toda a sua obra em pintura, posteriormente apresentada numa urna de cinzas apresentada com a declaração “nunca mais farei arte chata”. Nunca mais. Ao mesmo tempo, na Alemanha, Gerhard Richter queimava as possibilidades da pintura num caminho enciclopédico e culpado, esgotando por exaustão as possibilidades pictóricas trabalhadas num virtuosismo radical. Entre estas duas atitudes se formou um transcendental da pintura.
notas:
Flatland é um livro escrito, em 1884, por Edwin Abbott. Narra a aventura de um quadrado que vive num mundo bidimensional e que um dia descobre que existe a tridimensionalidade.
Algumas das imagens aqui incluídas não são, necessariamente, as que se encontram na exposição Flatland (Redux), são ilustrativas das obras dos artistas que aí participam.