O Mapa do Mar – Fernando Calhau

Fernando Calhau, Mar III, 2001. Colecção FLAD - Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento.

CAPC | Colégio das Artes | CAV, Coimbra
Curadoria: Delfim Sardo e Ana Anacleto

Até 17.06.2012

O MAPA DO MAR patente no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, no Centro de Artes Visuais e no Circulo de Artes Plásticas, resultado de uma parceria entre as três instituições. A exposição efectua um amplo percurso pela obra do artista no momento em que se assinalam 10 anos sobre o seu prematuro falecimento. Este projeto integra-se na XIV Semana Cultural da Universidade de Coimbra.

As obras encontram-se divididas pelas três instituições, podendo encontrar-se no Centro de Artes Visuais trabalhos em filme, fotografia e alguns em néon, no Circulo de Artes Plásticas um conjunto de desenhos que possuem uma componente quase arquitectónica ou escultórica e no Colégio das Artes as obras em pintura, bem como as pinturas com componentes em aço e néon. No CAV serão apresentadas algumas obras menos conhecidas ou mesmo inéditas, permitindo compreender a complexidade do percurso deste artista.

Fernando Calhau, Mar III, 2001. Colecção FLAD - Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento.

Fernando Calhau foi um dos mais importantes artistas portugueses da segunda metade do século XX. A sua obra, iniciada em 1966, denota uma forte relação com o minimalismo e o conceptualismo, por vezes mesmo com a pop art, tendo no entanto desenvolvido uma abordagem única e pessoal, na qual o interesse pelo romantismo e uma forte carga poética se cruzam com as suas referencias. A exposição percorre as várias tipologias do trabalho de Fernando Calhau num arco temporal de 1973 a 2002, desde as pinturas da década de setenta, aos trabalhos em filme e fotografia, aos desenhos e às pinturas mais recentes, algumas quase escultóricas.

Fernando Calhau nasceu em Lisboa em 1948. Começou o seu percurso artístico pelo desenho e pela gravura e completou a Escola de Belas Artes em 1973, tendo posteriormente frequentado a Slade School em Londres, onde foi aluno de Bartolomeu Cid dos Santos. A década de setenta assiste a uma passagem do interesse pela pintura a uma preocupação com o filme super 8mm e a fotografia, tendo desaguado na exposição Night Works de 1978, na qual néon, fotografia e pintura se cruzavam. A partir da década de oitenta, o seu trabalho torna-se mais radicalmente monocromático, incluindo elementos de aço e néon.
Fernando Calhau efectuou uma exposição retrospectiva da sua obra no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian em 2001, após se ter retirado das funções como Diretor do Instituto de Arte Contemporânea, instituição que fundou. Faleceu em 2002 e, Lisboa após prolongada doença, que no entanto não o impediu de trabalhar intensamente nos últimos anos de vida, tendo mesmo realizado uma exposiçãoo com o escultor Rui Chafes no Pavilhão Branco do Museu da Cidade de Lisboa poucos meses antes de falecer.

Fernando Calhau, Mar III, 2001. Colecção FLAD - Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento.