coração, cabeça, corpo
Na imagem, Vera Mantero na performance “Comer o Coração” de Rui Chafes e Vera Mantero, representação portuguesa na 26ª Bienal de Artes de S. Paulo, 2004. A peça foi criada, especialmente, para esta bienal, onde teve a sua estreia absoluta. Rui Chafes criou uma escultura de 9 metros de altura, em ferro pintado de negro. Vera Mantero criou uma coreografia que ela própria interpretou.
Comissário: Alexandre Melo.
“Comer o Coração” consiste numa performance de Vera Mantero sobre estruturas em ferro criadas por Rui Chafes, acompanhada por um vídeo de Helena Inverno. Duas grandes bolas de ferro negro abertas e com dois assentos unidos por um estreito corredor, estando a performer e coreógrafa Vera Mantero suspensa num deles.
“Um corpo que deixa para trás o chão, um corpo que não precisa do chão é uma das maiores utopias da dança. Uma escultura que existe no ar, como uma voz ou um silêncio, é uma das utopias da escultura“, explica Alexandre Melo.
“Ganha aqui pleno sentido a contradição entre a evocação da leveza e a evidência do peso industrial e proletário do material utilizado e da forma de construção. O acontecimento é o corpo de Vera Mantero, desenhado, instalado, coreografado, visto, vivo, suspenso de uma das esferas. É esse corpo que a tudo dá sentido”, nas palavras de Alexandre Melo, comissário.