Alighiero Boetti: game plan

MoMA

> 1 de outubro de 2012

“First of all I prefer thought. This is the basic thing. I really think manual skill is secondary. . . . It’s taking things from reality. Everything, however small and humble, always has a beginning and stems from reality.” Alighiero Boetti

Esta retrospectiva, organizada em colaboração com o Museo Reina Sofía, Madrid e a Tate Modern, Londres, é a maior apresentação, a nível internacional, das obras de Alighiero Boetti (Itália: 1940-1994). O artista nasceu, viveu e trabalhou em Turim, tendo, nos anos sessenta (1960) pertencido à comunidade de artistas, que fundou o movimento arte povera, que incluía nomes como: Luciano Fabro, Mario Merz, Giulio Paolini e Michelangelo Pistoletto, entre outros. 

Organizada cronologicamente, esta exposição abrange a totalidade da carreira de Boetti, começando com as peças escultóricas (ou objetos, como ele preferia chamar) construídos com materiais do dia a dia, incluindo madeira, papel e alumínio. Esses objetos foram reunidos – muitos deles pela primeira vez desde a exposição de Boetti na Galleria Christian Stein, em Turim, em 1967 – e instalados de acordo com a apresentação original (1967). Embora, Boetti seja sobretudo associado ao movimento arte povera, esta exposição considera o seu trabalho numa perspectiva mais ampla e abrangente. Em 1969, Boetti começou a explorar noções de dualidade e multiplicidade – ordem/ desordem, viagem/ geografia – tendo dado início a um trabalho imaginário de lugares distantes através de postais e mapas. O trabalho intitulado ‘Viaggi Postali’ começou no verão de 1969, Boetti enviava esses postais a amigos, familiares e artistas, utilizando endereços imaginários, quando o envelope era devolvido, reenviava-o para outro lugar inexistente. Boetti criou, assim, várias viagens imaginárias para as pessoas que ele gostava e admirava. Ao longo dos anos setenta (1970), Boetti enviou, também, postais que retratavam um monumento da sua cidade natal (Turim) para outros lugares à volta do mundo.

A exposição reúne essas obras e outras relacionadas com viagens, geografia e cartografia, muitas das quais relacionadas com as suas extensas viagens ao Afeganistão onde realizou ‘Hotel One’ de 1971 até à invasão soviética em 1979. Durante este período, Boetti começou a trabalhar com os artesãos locais para a produção de bordados, como o Mappas (mapas), Arazzi (quadrados de palavras) e Tuttos (tudo). 

“For me, the work on the embroidered maps achieved the highest form of beauty. For the finished work, I myself did nothing, in the sense that the world is as it is (I didn’t draw it) and the national flags are as they are (I didn’t design them). In short, I did absolutely nothing. What emerges from the work is the concept.” Alighiero Boetti

Outro aspecto importante da obra de Boetti é o desenho, sempre presente ao longo da sua carreira. O monumental ‘Biro’, desenho de 1973, com o título “Mettere a mondo il mondo (Trazendo o mundo para o mundo)” aponta para algumas das ideias inspiradoras e fundamentais da sua prática: a de que o artista, não inventa nada de novo, incorpora, simplesmente, o que vê no mundo no seu trabalho. Ou seja, ‘o mundo’ é a base de trabalho do artista. Esta exposição celebra a diversidade de materiais, a complexidade de conceitos e de ideias, bem como a beleza visual do seu trabalho, mostrando que ele foi um dos artistas mais importantes e influentes da sua geração. link: site da exposição.