Nan Goldin | Fireleap
A Sprovieri Gallery apresenta, até 6 de Agosto de 2011, a exposição ‘Fireleap’ de Nan Goldin. Inaugurando assim o novo espaço da galeria em Londres. Nan Goldin (1953, Washington) é uma das fotógrafas contemporâneas mais conhecidas a nível mundial. Faz parte do panteão da fotografia moderna e contemporânea. O seu trabalho de características autobiográficas quebrou a barreira tradicional que existia entre a câmara e o objecto fotografado.
“Não escolho as pessoas propositadamente para as fotografar;
as fotografias aparecem como relações pessoais, não como uma observação”.
As suas imagens, desde os primeiros retratos a preto e branco, até às fotografias a cores tiradas na intimidade com os seus amigos, reproduzem um profundo olhar sobre a vida irregular e apaixonada de quem escolheu uma existência fora das regras. Excessos, de vária ordem, mas também imagens de uma grande intimidade doméstica, são objectos constantes no imaginário de Goldin. Mais recentemente, apesar de continuar a fotografar os seus amigos de há trinta anos, interessa-se mais por cenas ao ar livre, naturezas mortas e paisagens em que a presença humana chega mesmo a desaparecer. Estas imagens registam uma maior doçura, serenidade e até uma certa melancolia, mostrando um trabalho mais centrado na cor e na luz e de dimensão mais introspectiva. ‘Fireleap’ é a sua mais recente apresentação de slides, que inclui imagens de crianças, de 1978 até hoje, sendo que a maioria nunca foi mostrada. Crianças, em estado de liberdade e inocência, fascinam Goldin. Ao fotografar os filhos de amigos e os seus afilhados, oferece-nos uma panorâmica das emoções primárias, destas crianças, que vão desde rebeldia até à melancolia, captando uma consciência ainda dissociada das obrigações sociais. Uma série de paisagens estará, também, em exposição. Goldin, tem viajado bastante e incorpora essas fotografias, mais uma vez, como um aspecto da sua experiência pessoal. Estas fotografias não são exibidas apenas pelo seu valor estético, mas, principalmente, por serem metáforas dos seus estados emocionais. “Elas têm sido metáforas secretas da minha solidão … (Eu) estava a tentar partir o vidro que dividia o mundo exterior de mim. Vivi num lugar escuro durante 15 anos, numa paisagem estranha que exercia o fascínio de um mundo desconhecido”.
(C) todas as imagens cortesia: Sprovieri Gallery.