Pedro Chorão | Bloco 103
Pedro Chorão
Bloco 103, arte contemporânea
Inaugura, hoje, uma exposição do pintor Pedro Chorão na galeria Bloco 103.
A satisfação dentro da insatisfação.
Eu não acredito que algum pintor possa ficar alguma vez satisfeito por julgar ter resolvido um quadro. Era um engano. Um pintor vive a fazer tentativas incessantes e consecutivas nas centenas ou milhares de quadros que vem pintando ao longo da sua vida. E ele sabe que não vai conseguir. Mas é esta insatisfação que é fundamental para que continue a procurar mais longe e com muita curiosidade.
E esta insatisfação traduz-se em alegria porque significa a recusa da desistência e da facilidade.
Nota: A pintura é livre. O que significa que quem a faz precisa de sentir muito forte essa liberdade. É bom o divórcio com o oportuno. É bom evitar qualquer deslumbramento perante a moda ou o que aparenta ser novo (porque muitas vezes é novo só por fora, ou seja – já é velho; e não acrescenta). Pedro Chorão, 2012
Veja aqui algumas das obras deste artista.
“…Pedro Chorão inscreveu na produção artística em Portugal uma postura ética de grande rigor, avesso, mesmo por temperamento, à exploração mediática de si ou do seu trabalho, sentindo o exercício da pintura como necessidade íntima, a sua obra gerindo-se numa continuidade discreta, desenhando para si próprio uma relação quase amorosa com a pintura, atitude romântica residual e rara na contemporaneidade. À data da sua primeira exposição individual, com trinta anos, o artista tinha já um discurso plástico bem estruturado numa apologia de elementaridades expressivas,desenvolvida com grande coerência até à actualidade: a preferência por materiais pobres, pela austeridade dos gestos de registo e mesmo pela escolha dos elementos visuais capazes de dar visibilidade ao núcleo central da sua poética – a evocação abstracta do espaço através das geometrias dos planos da pintura, das profundidades das manchas de cor e das atmosferas da luz…” – Paulo Henriques, introdução ao catálogo da exposição retrospectiva “As Formas do Gesto”, Casa da Cerca, Almada, 2002

