Collecting Collections and Concepts
uma viagem iconoclasta por coleções de coisas em forma de assim
um projecto de Paulo Mendes para a
Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012
até 20.05.2012
“What we professional liars hope to serve is truth.
I’m afraid the pompous word for that is “art”.”
Orson Welles, F for Fake
O projecto Collecting, Collections, Concepts tem como ponto de partida a ideia de colecção, termo operativo para definir um conjunto de objectos, obras, que reunidos constituem as designadas colecções. A formalização desta ideia num projecto expositivo passa então pela utilização de obras que integram algumas das colecções institucionais públicas e privadas portuguesas como a Fundação de Serralves, a Culturgest/Caixa Geral de Depósitos, a colecção de fotografia BesArt/Banco Espírito Santo, a colecção do Museu do Chiado, a colecção EDP e outras. Co-habitando com as obras recolhidas nas colecções existentes estará um importante conjunto de novas obras produzidas por artistas portugueses e internacionais para esta exposição.
A exposição tem lugar num antigo espaço industrial, a fábrica têxtil Asa. A zona ocupada por este projecto tem aproximadamente 2500 m2, numa estrutura industrial reabilitada, que irá receber várias outras exposições e eventos da programação da Capital Europeia da Cultura.

na imagem: filme de João César Monteiro ‘A Comédia de Deus’ (1995) e o vídeo de John Baldessari ‘I Will Not Make Any More Boring Art’ (1971)
As obras “apropriadas” das colecções funcionam em diálogo com os novos trabalhos produzidos. Este conjunto extenso de obras eruditas coexiste com colecções amadoras e seus objectos dessacralizados, exemplares da produção massificada, industrial e pós-fordista.
A entrada na exposição vai acontecer de forma confrontacional com um trabalho de Harun Farocki, “Workers Leaving the Factory”, onde se reclama a reencenação da imagem iniciática do filme dos irmãos Lumière. Numa sucessão de excertos de filmes apresenta-nos operários a abandonarem as fábricas, no sentido literal (fim de um dia de trabalho) e simbólico (fecho das unidades fabris). Simultaneamente, os visitantes vão entrar num reconvertido espaço, agora cultural, que visitam durante o seu tempo de lazer.
“I did promise that for one hour, I’d tell you only the truth. That hour, ladies and gentlemen, is over. For the past seventeen minutes, I’ve been lying my head off.” Orson Welles, F for Fake
